quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Meus shows em 2012


Sobre isso não dá pra fazer uma lista de melhores, já que fui em apenas quatro, mas não custa comentar um pouquinho sobre eles, certo?

Morrissey (7 de março, Chevrolet Hall, Belo Horizonte)

Não conheço tanto da carreira solo dele, sou mais fã do The Smiths mesmo, mas essa era uma apresentação imperdível. O inglês é um símbolo do post punk oitentista, ultra carismático e um dos melhores letristas da história do rock. O público, mais eclético impossível, vibrou o tempo inteiro, dando coro às 18 canções apresentadas pelo vocalista, em especial nas do The Smiths, é claro.
A banda injetou bastante peso às músicas, em especial na Meat is Murder, que virou praticamente um heavy metal.
Belíssimo show.

Meschiya Lake and The Little Big Horns (5 de agosto, Festival I Love Jazz - Praça do Papa, Belo Horizonte)

É muito provável que você nunca tenha ouvido falar da Meschiya Lake, então aproveito para apresenta-la a você agora. Meschiya Lake é uma cantora de jazz de New Orleans que começou a cantar aos 9 anos, inclusive ganhando prêmios em competições onde concorria com adultos. Com mais alguma idade passou a integrar bandas e a se apresentar nas ruas de sua cidade com intuito de juntar algum dinheiro para gravar seu primeiro cd. Em 2009 fundou a banda The Little Big Horns com quem gravou o excelente álbum de estreia, The Lucky Devil, em 2010.
A cantora faz um estilo pin up from hell, com suas tatuagens e atitude rock'n'roll em cima do palco, mas seu maravilhoso vocal é utilizado no mais puro jazz tradicional de New Orleans. Apesar de ser uma desconhecida para provavelmente uns 99% das 10 mil pessoas que estiveram no festival (gratuito, diga-se), a empolgação e encantamento que ela e sua virtuosa banda provocaram em toda a plateia eram palpáveis.
Espero ansioso por seu segundo cd e, quem sabe, por mais algum show aqui no Brasil. Recomendadíssima!

Alanis Morrissete (9 de setembro, Chevrolet Hall, Belo Horizonte)

O público mineiro tem uma particularidade. Todo mundo chega ao local do show faltando pouquíssimo para ele começar, ou mesmo após o início da apresentação. Eu, como bom paulista apressado, acho isso estranho. Até dois minutos antes da luz se apagar estava parecendo que ia ser um fracasso de público, mas então brotou gente por tudo quanto é lado e o Chevrolet Hall ficou bem cheio, principalmente de casais (como era o meu caso) ou de mulheres na faixa dos 25 a 35 anos.O bom é que com essa particularidade do público sempre consigo chegar perto do palco. Neste show não foi diferente, como cheguei 30 minutos antes do início da apresentação praticamente encostei na grade. 
Alanis é a simpatia em pessoa. Se apresenta sorrindo o tempo todo, enquanto anda freneticamente de um lado para o outro do palco. Isso quando não usa seu lindo cabelão em brutais headbangings. Sim, você leu isso mesmo. Tenho uns quase 20 anos de experiência em shows de heavy metal e posso afirmar, Alanis faz bonito em matéria de agitar a cabeça. Divertido era olhar em redor e ver algumas meninas, que alguns classificariam como patricinhas, bangueando ferozmente, como se estivessem em um show do Slayer.
A canadense veio promover seu mais recente álbum, Havoc and Bright Lights, que teve suas músicas bem aceitas pelo público, mas foi nas músicas mais antigas, em especial as do Jagged Little Pill em que ela colocou o Chevrolet Hall abaixo. Ótima apresentação.

Robert Plant (20 de outubro, Expominas, Belo Horizonte)

Ah, Robert Plant! Na minha opinião, o Led Zeppelin foi a melhor banda de rock do sistema solar e a carreira solo do seu ex-vocalista é também maravilhosa. Pense em como eu estava ansioso por este show. 
O Expominas foi um lugar que, na minha avaliação, foi de 8 à 80 durante o show. Ou melhor, de 80 à 8. Ao chegar lá achei muito bacana. Estacionamento próprio com um preço não abusivo, lugar grande e espaçoso, bons bares e banheiros, palco grande, iluminação legal... E então, os problemas: som ruim, tudo saia muito abafado das caixas e, principalmente, a saida do local. Existia apenas uma escada para o estacionamento, e as (sei lá) 10 mil pessoas tinham que passar duas a duas por ela. Foram duas horas de show e depois mais duas para eu conseguir sair do Expominas, literalmente.
Bom, mas vamos falar de Robert Plant e da banda que o acompanhava, a Sensational Space Shifters. Foi realmente sensacional! Claro que Robert não tem mais a potência vocal de quando tinha seus 20 anos, mas ele ainda canta muito e vê-lo em cima de um palco, para quem gosta de rock, é uma coisa emocionante. 
A banda é excelente e consegue acompanhar todas as nuances das diversas facetas musicais de Plant. Do blues de raiz às modernices eletrônicas, passando pelo folk e pelo rock. A inclusão do africano Juldeh Camara tocando exóticos instrumentos daquele continente só acrescentou à apresentação, dando um toque de world music ao show.
Claro que o público se empolgou mais durante as 8 músicas do Led que o cantor colocou em seu setlist (em versões, na maioria das vezes, bem diferentes das originais), mas quem foi de cabeça aberta pode se deliciar com uma apresentação irrepreensível de um dos maiores músicos da história do rock'n'roll. Duas horas épicas que nunca sairão da minha mente.

Os shows que mais me chatearam não ter comparecido foram o do Paradise Lost e o do Mark Lanegan. Uma pena, ficam pra outra oportunidade.
Além disso, achei inacreditável não haver o Festival Maquinária no Brasil. O festival ocorreu por toda a América Latina, menos por aqui. Eu estava empolgadíssimo com a possibilidade de ver o Mastodon, mas também ficou pra depois.

Que 2013 traga mais ótimos shows como esses!

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